quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O sonho acabou... mas outros sonhos virão!

É, pessoal, o sonho acabou! Pelo menos este de Pequim 2008! Foram tantas as histórias, tantos os momentos engraçados, os momentos felizes, e os momentos tristes também... 
Já no comecinho, logo nos primeiros dias, fui ferozmente atacada por pernilongos cruéis. Eles deixaram nada mais, nada menos do que 25 marcas enormes no meu rosto! Fiquei horrível! E nisso, começaram as Olimpíadas!
Assistimos à abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 em um telão no calçadão da Wangfuging, rua famosa do centro da cidade. Estava um calor dos infernos, e nós estávamos estreando nossas famigeradas perucas verde e amarela! Estávamos literalmente derretendo no meio de milhares de pessoas, a maioria, é claro, chineses. Até nossas canelas escorriam de suor. E assim vimos a contagem regressiva, os fogos de artifício e os minutos iniciais da cerimônia de abertura. Empurra-empurra? Claro, tinha gente para tudo quanto era canto que a gente olhasse. E o povo da frente, quando decidia sentar no chão, não tava nem aí pra quem tava atrás não, ia sentando nos nossos pés e usando nossas pernas de encosto! Mas quando o empurra-empurra começou a aumentar, decidimos ir embora e assistir o resto da cerimônia em casa mesmo, pela televisão! Foi o jeito!
Alguns dias depois, vieram os nossos primeiros ingressos para os jogos: vôlei de praia, pra variar. E não é que foi com aquela cara horrível que apareci na TV pela primeira vez? Hahahaha, fiquei super preocupada, tava toda "pintada" e fui entrevistada pelo pessoal da Band e tb pelo Ernesto Paglia da Globo! Affffe, será que alguém me viu assim? Foi assim "pintada" também que tirei a primeira de várias fotos com a Talita, jogadora brasileira do vôlei de praia que disputou o bronze. 
A nossa grande vedete dos jogos, como vocês já devem ter percebido, foi o vôlei de praia! Nossa, é uma alegria só! É o melhor de todos os jogos das olimpíadas para assistir e para torcer! E para gritar também! Conseguíamos nos juntar com vários brasileiros e ficar em pé, lá no finzinho da arquibancada VIP, ficando muito próximos dos jogadores durante toda a partida. Qualquer grito era claramente ouvido pelos atletas e uma das maiores emoções era ver o atleta olhando pra gente e vibrando após um belo ponto! Nossa, era um delírio! Também foi na arena do vôlei de praia que mais aparecemos na TV, pois ficávamos bem de frente com algumas câmeras e como conseguíamos nos juntar com outros brasileiros, fazíamos um barulho daqueles! E viva a torcida brasileira!
E por falar em torcidas, dizem que as mais animadas do mundo são a brasileira, a holandesa e a australiana! Botávamos fogo nos chineses, que junto com a gente, entravam no coro: "Baxi, jaiô" (Vamos lá, Brasil)!!! Frase oficial das Olimpíadas essa!
Assistimos as lutas do judô, onde tivemos nossas primeiras grandes alegrias com duas medalhas de bronze: Ketleyn Quadros e Leandro Guilheiro! Salve o judô! E salve Ketleyn, que ganhou para o Brasil a primeira medalha olímpica em competicões femininas individuais!
Teve dia em que assistimos um jogo de manhã, outro de tarde e outro de noite! Alegria total! E muita energia para aguentar o tranco! E em um desses dias, até o Guilherme nos acompanhou firme e forte, com a ajuda essencial do Fernando e da Felicea, é claro! Assistimos o handball masculino pela manhã, quando o time do Brasil levou um côco dos croatas (14 x 33), e também ficamos para assistir o jogo seguinte entre Egito e Rússia, um jogão bonito de se ver, com emoções até o último minuto! Saindo do handball, fomos direto para o Complexo Olímpico ou "Olympic Green" pela primeira vez, onde assistiríamos à final da ginástica artística por equipes. Lá, vimos o Brasil ficar em oitavo lugar e conseguir sua melhor classificação por equipes na história das Olimpíadas! Vimos a Daiane, a Jade, a Laís... Que orgulho! E o ginásio, o "National Indoor Stadium", muito grande e muito bonito! A seguir, fomos correndo para o judô, onde vimos nosso Brasil querido levar mais uma medalhinha de bronze: Tiago Camilo! Ele estava muito emocionado, e com isso emocionava mais ainda a torcida! Grande Tiago!

Como eu já disse antes, foram muitas as histórias e muitas as emoções. Peço perdão a vocês, mas hoje estou meio gripada e preciso ir dormir mais cedo (isso porque já são 23:30h!). Amanhã continuo a contar a nossa saga na China!

Beijos a todos e até amanhã!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Os autógrafos!


Já me sugeriram vender a bandeira! Mas tem coisas que o dinheiro não compra...

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Acabou! Mais ou menos...

Pessoal, acabamos de chegar em Seul! Lar, doce lar... Amanhã vamos tentar escrever um encerramento para o nosso blog olímpico. Na verdade, ficaram muitos detalhes e casos legais de fora do blog porque sempre chegávamos em casa muito tarde e cansados e contávamos só as coisas mais importantes ligadas aos jogos ou a algum passeio especial. Por sinal, ficamos devendo o passeio da Muralha, né?! Vamos depois também publicar mais fotos no picasaweb. E quando eu tiver um tempinho, vou editar os vídeos e fazer um documentário nosso nos jogos! Material de primeira!!! :-) Então, acabaram-se os Jogos Olímpicos de 2008, mas o blog ainda receberá posts novos até amanhã ou até o fim desta semana. Ou até enquanto tiver coisa legal pra contar! E o espírito olímpico, este fica pra sempre! E já vou avisando, 2012, é nóis em Londres!!!

domingo, 24 de agosto de 2008

Mais do vôlei de hoje






Vou contar como a gente entrou na área VIP: sempre tem um monte de voluntários em todas as entradas conferindo o ingresso da pessoa pra checar se é mesmo da área VIP. Então, pela via principal, não dá pra entrar se seu ingresso não for mesmo dali! A outra opção é cara de pau: pular a muretinha (1,2 metro) da arquibancada normal pra VIP. As vezes funciona, mas na maioria dos casos algum voluntário ou segurança pega e te retira, educadamente, claro. Pedir pra passar como já fizemos outras vezes não funciona no vôlei de quadra! A estratégia foi então perguntar para um simpático chinês se ele tinha ingresso daquele lugar que ele estava sentado (arquibancada VIP). Disse que sim e já emendei perguntando se ele não me emprestaria pra eu entrar. Na hora ele me passou o ingresso todo orgulhoso! Assim que eu entrei, passei o ingresso pra Miriam. Tiramos até foto com o chinês. Em poucos minutos estávamos os 2 lá nos melhores lugares do ginásio, que ainda não estavam completamente tomados. Como tinha tido o jogo entre Itália e Rússia antes, pela medalha de bronze, fiquei torcendo pra que italianos ou russos quisessem ir embora. E pelo menos os donos dos nossos acentos foram ou desistiram dos dele! E estando na arquibancada VIP, do meu lado direito eu tinha outros brasileiros, e ali formávamos a torcida de frente, que botava a pressão na quadra pro nosso lado! Do meu lado esquerdo, as famílias dos jogadores americanos! Eu me sentia praticamente na faixa de Gaza das torcidas. Mas foi tudo tranqüilo. No fim até tirei foto com a família do Stanley (carequinha que foi o decisivo no jogo)!
Depois conheci uma brasileira que trabalha como membro da organização dos jogos olímpicos: Olympic Staff Member. O uniforme é igual ao dos voluntários, mas é vermelho e não azul! Algum brasileiro perguntou se ela era voluntária, e ela disse que não, que era a chefe dos voluntários! Ela foi muito legal com a gente. Dissemos pra ela que queríamos um autógrafo do Bernardinho. E ele não saía da área de imprensa de jeito nenhum. Dando entrevistas super longas. Ela foi lá, falou algumas coisas pra ele e ele virou pra gente e fez um gesto que já vinha falar com a gente! E não é que ele logo se desgarrou do repórter e foi correndo lá pra assinar nossa bandeira? :-) E foi muito atencioso também! Graças à Alessandra!
No fim encontramos de novo com uns brasileiros, Lucas e Carol, que conhecemos em um jogo de vôlei de praia! Eles estão dando uma volta ao mundo, parando em vários países. E aqui nas Olimpíadas, "adotaram" um mascote e vestiram o bonecão com a camisa do Brasil! O bicho fazia o maior sucesso, inclusive nas emissoras de televisão, ouvi dizer! Eles são os 3 muito legais! :-) Acabamos almoçando juntos em uma pizzaria perto do ginásio e passamos a tarde inteira conversando. O bonecão pagou a conta!!!

A tão esperada final do vôlei masculino...






Desde quando cogitamos a possibilidade de vir aos jogos olímpicos, há talvez uns 2 anos atrás, o grande sonho de consumo sempre foi a final do vôlei de quadra masculino. Este tem sido o nosso grande time, o supra-sumo da equipe de alto rendimento. Foram 8 anos no topo sem adversários à altura. Até a Liga Mundial, que o Brasil perdeu em casa há poucas semanas. O único torneio sem pódio deste grupo. Mais ainda assim, se tratava do nosso vôlei de quadra, a família Bernardinho! Pois bem, hoje a gente teria a oportunidade de realizar este sonho de estar presente na final olímpica. A idéia era acordar umas 7:00, pra chegar na frente do ginásio umas 9:00. Como teria jogo da disputa de terceiro as 10:00 com o mesmo ingresso, pensamos que seria melhor já comprar antes deste jogo entre Itália e Rússia. Como fomos dormir muito tarde ontem, quase 4 horas, foi meio difícil acordar hoje as 7:00. Acabamos saindo de casa às 10:30 mais ou menos. Chegamos lá e conseguimos ingressos sem muita dificuldade. E o preço foi o mesmo que pagamos ontem na final feminina. Beleza então! E hoje conseguimos acentos na arquibancada VIP. Fomos "convidados" de um chinês gente fina que até pedimos pra tirar foto com ele! O fato é que assistimos ao jogo todo em um ótimo lugar, sem sermos incomodados e provavelmente ainda aparecemos bastante na TV. Quanto ao jogo, desde o começo eu já tinha comentado com a Miriam que pelos jogos anteriores que assistimos, os americanos estavam bem melhores. Torcemos muito para que fosse 3x0 pro Brasil. Mas sabíamos que seria muito difícil. Bom, pelo menos fizemos nossa parte como torcedores, e não faltou barulho e gritos de incentivo durante todo o jogo. Os jogadores brasileiros jogaram com muita garra, isto é inegável. Uma bola que o Giba pulos 2 barreiras de contenção da quadra para tentar salvar foi fenomenal. Nesta o ginásio inteiro, incluindo os gringos, aplaudiram. No final um justo 3x1 pro EUA pelo voleibol apresentado por eles. Foi bastante merecido o título aos americanos, e pela primeira vez nas Olimpíadas, senti orgulho da medalha de prata. E falei isto com alguns dos jogadores que passaram por perto depois do jogo, e também pro Bernardinho. Claro que existia uma grande pressão (e acredito que inclusive um pacto entre os jogadores) para que eles mantivessem o ouro que já haviam conquistado na Olimpíada passada. Mas as coisas só davam certo pro lado dos gringos. Parabéns aos americanos por mais esta medalha de ouro. E parabéns aos brasileiros que foram guerreiros com muita honra e devem ficar orgulhosos da medalha de prata que puseram no peito.

sábado, 23 de agosto de 2008

Vôlei Masculino

Oi, pessoal!
Estamos saindo agora para ir assistir a final do vôlei de quadra masculino. Torçam pra gente conseguir ingressos baratos, tá?! Assim, hoje à tarde teremos mais uma linda história pra contar! Boa sorte pra nós! Beijos brasileiros!!! Fomos!

Muralha, conto outro dia.


Estou capotando de cansaço agora, e não tenho condições de escrever sobre o passeio da muralha. Fica pra quando eu tiver um tempinho, mas prometo, estará aqui no blog! Conto com a compreensão de todos, que tenho certeza, queriam mesmo é ler sobre o ouro do vôlei das meninas! :-D

E mais algumas fotos da vitória:






Pra curtir mais um pouco...

"Vamos Brasil querido ser campeãããããão...






...Eu tô na China, não é mole nããããã-ãããão!" Peço licença para mudar a ordem cronológica do dia pra contar os eventos do dia. De manhã fomos à Muralha da China. Mas de noite vimos outra muralha: a do bloqueio do Brasil! E vou começar contando da noite. Nunca imaginei que seria tão fácil conseguir comprar um ingresso (na verdade 4 ingressos!) de uma final de Olimpíadas do vôlei, na frente do ginásio, 1 hora antes do jogo no preço de custo do ingresso! Tudo começava bem. Quando entramos no ginásio já fomos juntando os brasileiros na arquibancada central, mas não tão na frente. Ficamos do meio pro fundo. E aos poucos os verdadeiros donos dos acentos foram chegando e retirando os brasileiros, claro. A torcida foi se espalhando. Teve gente que mudou de lugar umas 8 vezes, só no primeiro set. Eu e a Miriam estávamos com sorte. O dono dos nossos acentos não foram ao jogo ou se contentaram com outro acento qualquer. E nesse muda muda de lugar de um monte de gente, o Brasil fechou o primeiro set com um passeio de 25 a 15, eu acho! Poxa, mais perto do ouro seria difícil. Foi um belo início de jogo. A torcida que no começo muito unida gritava bastante, no fim do primeiro set já estava bem quebrada e estava difícil sintonizar um refrão em grupos maiores que 10 torcedores. E tinha muuuuuuito mais americano que brasileiro. Quando 1 americano começava o famoso "iu-és-ei", o ginásio inteiro continuava por uns segundos. Eles estavam espalhados, mas todos juntos faziam um coro considerável. Mas isto só até os brasileiros vaiarem mais alto! Segundo set, deu um branco nas brasileiras e a Mari foi o alvo de quase todos os saques americanos. Como ela estava passando mal a bola na recepção, as americanas aproveitaram. E fecharam o set com facilidade, deixando tudo igual no placar. Ai meu Deus, já deu pra sentir ali que o jogo seria com muita emoção. Poxa, as brasileiras poderiam colaborar mais um pouco com a torcida e fazer um jogo fácil de 3 a 0, não? Pra que deixar as gringas fecharem um set? Ah neim! Bom, no terceiro set sentimos que a torcida seria fundamental, e mesmo muito espalhados, fizemos nosso barulho. E embaladas e concentradas, as meninas também fecharam o set. Lá pelo meio do que poderia ser o último set do jogo, me aparecem os donos dos acentos meu e da Miriam. Eu não acreditava! Ainda reclamei com os chineses que o jogo começara há horas antes, e só no fim que eles vieram procurar o lugar? Pior que a razão estava com eles independente da minha indignação. Se o ingresso do acento é dele, o direito é dele, né? Fazer o quê? Fomos sentar na escada, eu e a Miriam. Pior ainda eram os chineses que reclamavam dos torcedores brasileiros que estavam incomodando. Dizendo que a gente fazia muito barulho e levantava muito! Caramba, quer assistir ao jogo sentadinho com conforto, assiste em casa, p%$&!!! Tá no ginásio, em uma final olímpica, com Brasil jogando e quer torcida comportada? Desculpe-me, mas é impossível! E não teve uma chinesa que perguntou pra uma brasileira por que ela não voltava pro Brasil? Falta de educações à parte, o jogo estava bonito, e tendendo pro nosso lado. No degrau da minha frente na escada estava uma chinesinha torcendo pelo Brasil. Nesta hora até poupei alguns berros e assovios mais fortes para não azucrinar muito a menina. A Miriam estava logo atrás de mim, e confesso que os gritos que ela dava nos pés do meus ouvidos não eram lá muito agradáveis como uma orquestra sinfônica. Mas vale gritar, e tem que gritar mesmo! Nesta agonia de torcida podada vencemos o quarto set. E daí a galera explodiu! Nossa, como é diferente ganhar um ouro no meio da galera e ganhar um ouro na natação ou atletismo, que você comemora sozinho! Na galera vira loucura geral! Maluco ameaçando invadir, eu mesmo saí abraçando e levantando os voluntários! Quer dizer, as voluntárias, com todo o respeito e consentimento da Miriam, que por sinal foi a primeira que eu abracei pra comemorar, lógico! Nesta hora subi no alambrado que dividia a arquibancada VIP da arquibancada do povão. Daí pra pular pra VIP foi literalmente um pulinho! E como já tinha comemorado com os voluntários que faziam a revista da área VIP, ali pude ficar até a cerimônia de medalhas. As brasileiras jogadoras, completamente alucinadas na quadra, sem saber direito o que fazer pra comemorar. Cada uma corria pra um lado. Aí correram pra galera pra pedir bandeiras, e foram prontamente atendidas! No meio desta bagunça, o câmera-man que operava a filmagem central virou pra mim e disse que o povo brasileiro era o povo mais rude que ele conhecia. Pelo inglês, logo notei que era americano. Não sei o que fizeram pra ele, mas que me desculpe pela vitória desta vez ter sido pro nosso lado! Ele abandonou o posto e saiu reclamando. Os voluntários ali por perto que já eram meus chapas deixaram que eu ficasse no estande deste câmera pra poder filmar a festa das jogadoras e a cerimônia de entrega de medalhas e do Hino Nacional. Então já dá pra ter uma idéia da qualidade que ficou a minha filmagem, né? :-) Receberam as medalhas. Cantamos o hino, todos, com muito entusiasmo. Daí fomos ficando para curtir o momento até o fim. Ainda conseguimos alguns autógrafos e fotos de algumas jogadoras de bem pertinho. E só pra constar, eu fui o último torcedor a sair do ginásio! Saí junto e abraçando os voluntários, que já estavam desesperados pra gente sair logo! Tiramos ao todo umas 250 fotos neste jogo. E lá de fora combinamos com a tia da Paula Pequeno de sair pra comer alguma coisa pra comemorar. Viemos aqui pra perto de casa, uma turminha de 10 brasileiros. E a tia dela estava combinando com ela por telefone de sairem para uma boite pra comemorar com todas as jogadoras. Tudo certo. As meninas só iam comer alguma coisa, trocar de roupa e daí um pouquinho viriam encontrar com a gente. Esperamos até 2:00 am, e desistimos. Eu e a Miriam voltamos pra casa pra poder descansar pelo menos um pouquinho antes da final do masculino. Seria excepcional poder comemorar o ouro Olímpico com as personagens do feito. Mas o cansaço falou mais alto. E cá estou em casa escrevendo este longo post pra contar a delícia que foi finalmente ver nossa bandeira mais alta que a dos americanos! É nosso terceiro ouro na China e estivemos presentes em todos eles! Cada um com sua emoção particular. Cada um com sua própria marca! Mas todos igualmente inesquecíveis. E com toda a nossa torcida, amanhã no nosso último evento olímpico, espero fechar nossa participação com chave e medalha de ouro! Seguuuuuuura Brasil!!!!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Desculpas pelo atraso nos posts!

Queridos leitores! Peço desculpas pelo atraso nas postagens dos eventos de ontem. Depois do atletismo saímos pra comemorar a medalha da Maurrem. Fomos eu, a Miriam, o Tiago (meu ex-técnico de atletismo da Unicamp) e dois irmãos atletas da USP e a mãe deles, que estão aqui pra torcer nas Olimpíadas. Jantamos em um restaurante típico, e só chegamos em casa as 2:20 da manhã. Até tomar banho, já eram 3 horas da matina. Eu até comecei a escrever, mas dormi na frente do computador. Agora (de manhã cedo) estou escrevendo um pouco, mas já estamos de saída pra muralha! Quando voltar escrevo mais um pouco! :-)

Balanço do dia






Com um belo fim de tarde e anoitecer no Complexo Olímpico ganhamos nossa medalha de ouro de um dia de pódio completo! É isso aí... foi primeiro o bronze com Ricardo e Emanuel. Logo em seguida a (triste, mas honrosa) medalha de prata do Fábio e do Márcio. No fim do dia, pra completar o pódio o ouro da Maurrem! Viram só? Em um dia vimos o bronze, a prata e ouro. E o melhor, nesta ordem! Fechar com o ouro deixa tudo mais bonito, não? :-)

Ninho dourado.






Desta vez foi!!! Maurren, muito obrigado por mais uma vez nos presentear com o belo Hino Nacional Brasileiro! Hoje, o verde e amarelo do atletismo não foi só jamaicano... Logo antes de começar a prova do salto feminino, corri com a Miriam pro lado da arquibancada mais perto da prova. Ficamos mais ou menos no rumo da caixa de areia. E logo no primeiro salto, a Maurren pulou mais de 7 metros! Na hora virei pra Miriam e falei: "Com esse salto já dá medalha! Mas pro ouro acho que ela precisa melhorar um pouquinho". E depois de tantas decepções nestes últimos eventos que fomos, a Miriam só disse que nem ia criar muita expectativa pra não ficar muito triste caso alguma coisa desse errado. Eu já estava confiante e otimista. Ainda mais com as performances das adversárias. Cada vez que alguma chegava perto dos 7 metros, eu ficava gorando e quando saía a marcação eu vibrava, divertindo todos a minha volta na arquibancada. Quando a outra competidora saltou na última tentativa, vimos que passou dos 7 metros. Torci pra ter queimado. Não queimou. Puts, não acreditava naquilo. Perder mais um ouro assim, seria demais pra um dia só. Mas não, ela saltou 7,03 e a Maurren 7,04! Aêêê, ouro pra gente!!! Vibrei muito com a Miriam! Pena que éramos só nós 2 brasileiros ali! Filmei a Maurren dando a volta Olímpica levantando todo o estádio com a bandeira do Brasil! Muito lindo! Depois resolvemos descer e tentar chegar mais perto dela. Quem sabe até um autógrafo! Corremos lá pra baixo. Tivemos que convencer os seguranças a deixar a gente passar para uma área reservada, prometendo que só queríamos um ângulo melhor para tirar uma foto da nossa nova ídola! E quando chegamos mais perto reconheci o Tiago, meu antigo técnico de atletismo da Unicamp. Daí fizemos festa com ele, que estava com a delegação do Brasil. Aproveitamos e tiramos fotos com a Keila (que também estava saltando na mesma final da Maurren) e com o Jefão do salto triplo. Tiramos mais umas fotos de perto da Maurren, mas não deu pra conversar com ela, pois ela estava bastante disputada! Nesta hora, surgiu uma dúvida: será que a premiação vai ser hoje ainda? Sim, porque várias premiações do atletismo são no dia seguinte da prova! Daí seria o fim da picada, ver a menina ganhar o ouro, mas nem ouvir o hino nem vê-la colocar a medalha no peito? Fui correndo pro balcão de informações. "Pelo amor de Deus, quando é a premiação, moça?". A voluntária pegou a planilha com a programação e confirmou: "é hoje as 21:30". Era a notícia que eu precisava pra ganhar o dia! Corremos eu, a Miriam e o Tiago pro outro lado do estádio pra ver a premiação de frente. De novo precisamos jogar uma lábia e fazer caras de choro para os seguranças deixarem a gente entrar em áreas de acesso restrito para podermos fotografar e filmar em ângulos privilegiados! E lá fomos nós... Registramos tudo e nos emocionamos pela segunda vez com nosso Hino Nacional na China! Que privilégio, poder estar presente nas duas medalhas de ouro que conquistamos até agora! Agora é torcer pra ganhar nas quadras de vôlei amanhã e depois. Chega de hino americano.

Desova de ingressos



A gente ainda tinha 10 ingressos pra final do baseball e 4 para a final do hand feminino. E tínhamos que vender logo pois estes jogos serão amanhã, e temos a excursão para a Muralha da China. Fui pro centro, na rua Wanfuging, mesma que vimos a abertura. Lá achei por acaso 3 grupos de coreanos e consegui vender todos os ingressos da final do baseball que tem a Coréia pela primeira vez. Já fizemos um fundo pra investir nos ingressos das finais de vôlei de quadra! Depois fomos pro Complexo Olímpico (Olympic Green). O dia hoje prometia com a Maurrem. Andando pelo complexo encontrei um norueguês (foto) e vendi os 4 ingressos da final do hand. Dever cumprido! Todos os ingressos desovados! Só restava entrar no Ninho e torcer...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Derrotas

Primeiro vem a revolta, depois a tristeza...

O Ninho é monumental






Ao chegar bem debaixo do estádio já senti a grandiosidade do negócio. Aqueles arames metálicos que dão a impressão de ninho são pilastras metálicas de verdade, mas gigantes. De longe nem parece tão grande! Nossos acentos eram lá no terceiro anel de cima. Subimos as escadas (externas) com a vista do Cubo d'Água iluminado ao nosso lado. Fantástico. Quando vi a parte de dentro fiquei extasiado! Como pode ser tããão grande assim? Do lado de fora, só dá pra ver a segunda e a terceira arquibancadas. A primeira e o campo ficam abaixo do nível do solo. É realmente um espetáculo! E ainda logo depois que entramos, teve a premiação dos 200m rasos masculino! Pois é, vimos o fenômeno Usain Bolt!!! Hoje é aniversário do cara e ainda tocaram "parabéns pra você" pra ele depois de receber a medalha de ouro. Não sei se consegui tirar fotos que fazer jus à grandiosidade do Ninho, mas foi o que meu amadorismo fotográfico permitiu! Espero voltar amanhã pra ver uma bandeira do Brasil ser asteada. Maurrem, contamos com você!

Depois o futebol






Corremos pro Estádio dos Trabalhadores. Chegamos lá no exato momento que acabou o primeiro tempo. Perguntei logo pros voluntários do controle de segurança na entrada do evento, e me disseram que ainda estava zero a zero. Bom por um lado, pois não tínhamos perdido nenhum gol. Mau por outro, já que pensei que o Brasil das mulheres ia dar uma goleada como a tomada pelo Brasil dos meninos. E terminar o primeiro tempo sem gols não era um bom sinal. Compramos um lanchinho e fomos pros nossos acentos, que eram excepcionais. Mais 45 minutos de muita tensão. E pra ser franco, o Brasil teve muito mais posse de bola e o jogo foi quase todo no campo de defesa das americanas. A Miriam ainda cometava que o Brasil jogava muito melhor, e que merecia fazer logo um gol. Discordei da opinião dela. É verdade que a posse de bola era muito mais nossa, e que as americanas quando pegavam na bola não pareciam oferecer muito risco. Mas este foi o jogo delas. Elas se fecharam atrás e pretendiam aproveitar a oportunidade que aparecesse. E foi assim que elas quase fizeram o 1 a 0 mais ou menos aos 30' do segundo quando uma jogadora ficou cara a cara com a goleira do Brasil, tentou encobrir e errou. Nesta hora eu ainda comentei com a Miriam: "viu só, elas defendem e não deixam o Brasil oferecer risco de marcar gol, apesar de jogarem sem a bola. Numa dessas, elas acabam marcando e o jogo vai pro saco!". Terminou o tempo regulamentar e na minha opinião as gringas estavam até felizes com o zero a zero. Quanto mais morno o jogo, melhor pra elas. E na prorrogação aconteceu o que eu temia. Só o Brasil joga, só o Brasil joga, elas vão lá e num lance bobo a danada da americana balança as redes. Bom, não fizemos nos 90 de jogo nem no primeiro tempo da prorrogação, pro segundo tempo não acreditava muito que dava pra empatar. Odeio ser pessimista, mas este era apenas meu realismo observando aquele jogo em frente aos meus olhos. As brasileiras cansaram. Ainda tiveram algumas poucas chances que levantavam a torcida, mas não marcamos. Os chineses, claro, torcendo em massa pela seleção canarinho. Atrás da gente tinham umas americanas com vozes estridentes gritando "Iu-és-ei, iu-és-ei" que estavam dando nos nervos! Mas o que eu podia fazer? Se fosse o Brasil ganhando o chato seria eu, não é mesmo? Nesta hora lembrei do jogo de vôlei ontem quando tirei foto da cara de desconsolo das americanas quando a Sérvia estava melhor no jogo. Acho que eu tava com a mesma cara de b... das americanas de ontem! Fim do jogo, e mérito das americanas que souberam ganhar! A Miriam achou injusto o resultado. Pelo segundo tempo da partida e prorrogação acho que foi justo. Elas fizeram o gol e não tomaram nenhum. Foram mais eficientes. Quem disse que ganha jogo quem joga mais bonito? As americanas montaram e executaram uma melhor estratégia, e por isso mereceram, na minha opinião. E o Brasil fechou o dia com a terceira decepção, depois do vôlei de praia e do atletismo. Amanhã espero poder ver a bandeira verde e amarela mais alta que a vermelho, azul e branca. Vamos lá Márcio e Fábio. Não aguento mais escutar "iu-és-ei".

Dia sombrio pro Brasil na Olimpíada




Acho que a chuva que já caía desde a madrugada era um prenúncio que o dia não seria pro nosso país tropical. De manhã a fatídica disputa do bronze no vôlei de praia, e a gente na fila do lado de fora como já contei. De lá fomos pro Complexo Olímpico (Olympic Green) pro atletismo no Ninho. A idéia era ver o Jadel botar um medalha no peito, e quem sabe até ouvir o hino de novo! Em um post a parte eu vou contar um pouco sobre o Ninho, já que esta foi nossa primeira entrada no estádio vedete dos jogos. E com os ingresos do jogo da final do futebol feminino em mãos nossos planos eram apenas acompanhar o atletismo até a prova do salto triplo, depois correr pro outro estádio pra pegar pelo menos o segundo tempo. Vimos o Jadel dar um primeiro salto razoável, mas insuficiente pra disputar medalha. Beleza, ainda tinham mais 2. No segundo, pior que o primeiro. Já pensei comigo: ou vai ser lindo e no terceiro o cara vai botar pra quebrar, ou vai repetir Atenas. Vocês já sabem o que aconteceu, né? Quando ele "refugou" no terceiro salto a gente já virou e saiu, com ares não muito felizes. Mas logo a decepção se transformara em esperança, pois a poucos minutos dali tínhamos um enorme chance de gritar "é campeão" com a Marta e Cia. Mas esta é uma outra história...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Vôlei de praia na chuva?

Viram a gente pela TV? Viram? Não né... pois é! É que não filmam a fila do lado de fora. Chegamos uma meia hora antes do jogo pra comprar ingressos. Estava muito difícil. O Fernando e o Otávio que são da comissão técnica estavam do lado de fora da arena desde as 7:30. E também não tinha conseguido ingressos ainda. A CBV havia prometido ingressos pra eles, mas até aquela hora, nada. O fato é que depois de muito custo conseguimos comprar 2 ingressos a preços acessíveis. Entramos na fila de controle de segurança. Esqueci de mencionar que estava chuviscando quando chegamos, mas nesta hora já estava chovendo mesmo. A fila estava meio grande, e já eram 9:05. Normalmente levaria uns 10 minutos pra entrar. Hoje, passaram-se quase 40 minutos e a gente ainda na fila. De tempo em tempo a gente ligava pro Otávio que já estava lá dentro pra saber como ia o jogo. E o placar não era favorável. Quando chegou nossa hora de entrar, o jogo estava 18 x 15 no segundo set pras chinesas. Daí a gente resolveu esperar mais 5 minutos. Se as brasileiras virassem e ganhassem o set a gente entraria pro tie-brake. Se não, a gente já iria embora dali mesmo. E as chinesas fecharam o segundo set. Ou seja, acompanhamos o jogo pelo lado de fora, na fila, debaixo de chuva. Vendemos os ingressos pelo mesmo preço que pagamos e fomos embora. Ouvi dizer que as meninas jogaram mal de novo. Uma pena, pois a gente queria muito que elas conseguissem uma medalha! Mesmo assim, elas estão de parabéns por estarem entre as 4 melhores duplas do mundo do vôlei de praia. E esta foi só a primeira Olimpíada delas. Quem sabe em Londres daqui 4 anos não veremos elas ganhando um ouro?
p.s.: Devido à chuva não pudemos nem mesmo tirar fotos, então, este será um post apenas escrito, sem imagens!!! :-)

Vôlei Brasil x China





Depois do templo, a gente foi vender ingressos que a gente tinha sobrando para o Taekwondo. Na verdade a gente até comprou pensando em ir, mas descobrimos que é o dia de uma brasileira sem muitas chances de medalha e no mesmo dia temos ingressos pro atletismo (Ninho de Pássaro) e pra final do futebol feminino. Então, liquidamos os 10 ingressos que ainda nos restavam. Fizemos um saldão e com o preço barato, em 15 minutos vendi os 10. Como a gente só queria se livrar logo destes ingressos, foi bom! De lá, fomos pro ginásio onde o Brasil iria jogar as quartas de final contra a China no vôlei masculino. A gente queria trocar ingressos da final do hand feminino por ingressos da final do vôlei feminino. Não conseguimos realizar a troca. Mas como tinha muita gente vendendo ingresso pro jogo que já ia começar do Brasil com a China e pouca gente comprando, fiz uma oferta baratinha. E não é que arrumei vendedor que topou no meu preço? :-) Então eu e a Miriam entramos pro jogo. Como esperado, não teve muita graça. Jogo fácil, mesmo com o Brasil jogando mal e errando muita bola besta. Depois deste jogo tinha EUA contra Sérvia. Como a gente já tava lá mesmo, resolvemos ficar pra assistir um pouquinho. Affff, daí valeu o ingresso!!! Que jogão! E a gente torcendo forte pra Sérvia, que se pronuncia "Sirbia" pelos nativos. Ainda ficamos sentados na arquibancada VIP ao lado dos familiares dos jogadores dos EUA. Quando a Sérvia estava ganhando, eu não resisti e tirei foto das caras de desconsolo dos americanos. Puxa, como eu queria que os EUA perdessem já nas quartas. Assim não correríamos o risco de mais uma derrota mais pra frente contra eles. E, olha, os dois times jogaram demais! Pela Sérvia, o Milikovic é velho, mas é o cara que resolve o jogo na hora do vamos-ver! Sempre bola nele. Se a Sérvia não tivesse perdido alguns contra-ataques, teria resolvido o jogo no quarto set. E o time dos EUA é muito bom por inteiro. Se o Brasil não voltar a jogar o voleibol que o consagrou como melhor seleção do mundo, vai ficar difícil, viu? Tenho a impressão de que o feminino está muito mais perto do ouro do que o masculino. Se as meninas tiverem cabeça boa, não vai ter pra ninguém. Só espero conseguir trocar nossos ingressos da final do hand pela final do vôlei feminino!