quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Depois o futebol
Corremos pro Estádio dos Trabalhadores. Chegamos lá no exato momento que acabou o primeiro tempo. Perguntei logo pros voluntários do controle de segurança na entrada do evento, e me disseram que ainda estava zero a zero. Bom por um lado, pois não tínhamos perdido nenhum gol. Mau por outro, já que pensei que o Brasil das mulheres ia dar uma goleada como a tomada pelo Brasil dos meninos. E terminar o primeiro tempo sem gols não era um bom sinal. Compramos um lanchinho e fomos pros nossos acentos, que eram excepcionais. Mais 45 minutos de muita tensão. E pra ser franco, o Brasil teve muito mais posse de bola e o jogo foi quase todo no campo de defesa das americanas. A Miriam ainda cometava que o Brasil jogava muito melhor, e que merecia fazer logo um gol. Discordei da opinião dela. É verdade que a posse de bola era muito mais nossa, e que as americanas quando pegavam na bola não pareciam oferecer muito risco. Mas este foi o jogo delas. Elas se fecharam atrás e pretendiam aproveitar a oportunidade que aparecesse. E foi assim que elas quase fizeram o 1 a 0 mais ou menos aos 30' do segundo quando uma jogadora ficou cara a cara com a goleira do Brasil, tentou encobrir e errou. Nesta hora eu ainda comentei com a Miriam: "viu só, elas defendem e não deixam o Brasil oferecer risco de marcar gol, apesar de jogarem sem a bola. Numa dessas, elas acabam marcando e o jogo vai pro saco!". Terminou o tempo regulamentar e na minha opinião as gringas estavam até felizes com o zero a zero. Quanto mais morno o jogo, melhor pra elas. E na prorrogação aconteceu o que eu temia. Só o Brasil joga, só o Brasil joga, elas vão lá e num lance bobo a danada da americana balança as redes. Bom, não fizemos nos 90 de jogo nem no primeiro tempo da prorrogação, pro segundo tempo não acreditava muito que dava pra empatar. Odeio ser pessimista, mas este era apenas meu realismo observando aquele jogo em frente aos meus olhos. As brasileiras cansaram. Ainda tiveram algumas poucas chances que levantavam a torcida, mas não marcamos. Os chineses, claro, torcendo em massa pela seleção canarinho. Atrás da gente tinham umas americanas com vozes estridentes gritando "Iu-és-ei, iu-és-ei" que estavam dando nos nervos! Mas o que eu podia fazer? Se fosse o Brasil ganhando o chato seria eu, não é mesmo? Nesta hora lembrei do jogo de vôlei ontem quando tirei foto da cara de desconsolo das americanas quando a Sérvia estava melhor no jogo. Acho que eu tava com a mesma cara de b... das americanas de ontem! Fim do jogo, e mérito das americanas que souberam ganhar! A Miriam achou injusto o resultado. Pelo segundo tempo da partida e prorrogação acho que foi justo. Elas fizeram o gol e não tomaram nenhum. Foram mais eficientes. Quem disse que ganha jogo quem joga mais bonito? As americanas montaram e executaram uma melhor estratégia, e por isso mereceram, na minha opinião. E o Brasil fechou o dia com a terceira decepção, depois do vôlei de praia e do atletismo. Amanhã espero poder ver a bandeira verde e amarela mais alta que a vermelho, azul e branca. Vamos lá Márcio e Fábio. Não aguento mais escutar "iu-és-ei".
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Um comentário:
E não é que todas as chances de ouro, serão disputadas com os americanos?
Isso é que é uma sina, né?
Mas quem quer ganhar, não pode escolher adversário, não é mesmo?
Temos que ter a convicção que podemos, e encarar com muita garra e confiança.
Vamos lá Brasil, acreditamos em vocês!!!
Beijinhos afetuosos!!
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